RAZÕES PARA NÃO
VOTAR EM VÍTOR SOUSA – Parte 1
Na semana passada,
Miguel Brito conseguiu juntar 50 pessoas, num auditório de Braga, para lhes
dizer que apoiava Vítor Sousa, baseado em 8 adjetivos utilizados para definir o
perfil do candidato. Ora os adjetivos que utilizou podem ser utilizados para
qualificar milhões de pessoas.
O que o Miguel Brito
não consegue fazer é explicar de que forma prática é que esses adjetivos
transformariam Vítor Sousa num bom Presidente da Câmara de Braga.
Ou será que basta um
bom convívio há mesa “a falar dos filhos, da vida e de futebol”, como amigos,
para concluir que Vítor Sousa é o melhor candidato?
Caro Miguel, como diz
o ditado: “amigos, amigos, negócios à parte”.
Não está em causa o
facto de o Vítor Sousa ser uma boa pessoa. Mas o mundo está repleto de boas pessoas
e isso não as qualifica para serem Presidentes do Município de Braga, o que é o
caso do Vítor Sousa. Ora não tenho dúvidas de que o Vítor Sousa e o Miguel
Brito sejam amigos. Mas também não tenho dúvidas que muitos dos que se dizem
amigos dele, o são apenas por interesse. Para manterem um lugar ou um cargo de
nomeação política que já têm. Outros na esperança de virem a obter um lugar na
Administração Local (Câmara, Empresas Municipais, Empresas Intermunicipais,
etc. Outros ainda para manter umas avenças com as entidades públicas municipais
ou para fornecerem bens e serviços e ainda muitas outras situações.
Pois o Miguel Brito,
com quem aliás me dou bem em termos pessoais, não tem grande credibilidade
quando veste o fato de político. É o seu historial que o comprova, através do
percurso que tem feito na política.
Ora em contraposição às
8 razões (adjetivos) do Miguel Brito, que não foram esmiuçadas no sentido de
percebermos de percebermos como elas, conjugadas, transformam uma pessoa num
bom Presidente do Município de Braga, há razões evidentes e muito fortes para
considerar, precisamente, o contrário:
1- O atual
Vice-Presidente do Município de Braga está, há 17 anos consecutivos no poder e
na administração autárquica, como se confirma no curriculum que tem sido
amplamente divulgado:
Vítor
Sousa, 54 anos, é natural de Angola, casado e tem dois filhos.
Gosta de cinema, literatura, pesca e música.
Reside em Braga, cidade que o acolheu desde os 10 anos de idade.
Gosta de cinema, literatura, pesca e música.
Reside em Braga, cidade que o acolheu desde os 10 anos de idade.
EXPERIÊNCIA
/ ACTIVIDADES POLÍTICAS
2012 - Presidente da Concelhia de Braga do Partido Socialista desde Junho de 2012
2009 - Vice-Presidente da Câmara Municipal de Braga desde 2009
Foi Vereador dos Pelouros:
1996/1997 - Atividades Económicas, Trânsito, Turismo, Mercado Municipal e Fiscalização Municipal
1997/2001 - Atividades Económicas, Trânsito e Turismo | Responsável pela obra e implementação do Mercado Abastecedor de Braga
2001/2005 - Atividades Económicas, Trânsito, Turismo e Administrador do Mercado Abastecedor de Braga
1997/2009 - Presidente do Conselho de Administração dos Transportes Urbanos de Braga
1989/1996 - Director-Geral da Rádio Antena Minho
1993/1996 - Administrador do Jornal Correio do Minho
1997 - Presidente da Associação das Festas de S. João desde 1997
Durante todo este
tempo não se lhe conhece visão alguma para o desenvolvimento do Concelho de
Braga e muito menos estratégica. Pois agora vem dizer que – “Temos um programa para um plano estratégico de médio e longo prazo. Vamos entrar num
novo ciclo de abordagem dos fundos comunitários. Temos de trabalhar num horizonte até 2020, ir de encontro a uma cidade ‘fun’,
uma cidade activa, viva, em que as famílias se sintam bem com arte, cultura,
ambiente. Quero uma cidade onde todos se sintam bem” (in Correio do Minho,
21/09/2013).
Mas então qual é esse
plano estratégico? Será que Vítor Sousa sabe o que é um plano estratégico? O
que tenho visto é o lançamento, em catadupa, de promessas e mais promessas, de
quem tudo vai fazer e resolver, sabendo nós que não terá sequer os meios para
cumprir uma pequena parte do que promete. É que infelizmente para nós cidadãos
e contribuintes, os atores políticos podem prometer tudo sem que, depois de
eleitos, sejam escrutinados e penalizados pelos incumprimentos. Se um dia o
vierem a ser, por exemplo com a perda de mandato, deixam de prometer “mundos e
fundos”.
Ora Vítor Sousa sabe
muito bem quais os meios materiais e financeiros que o Município de Braga
dispõe para governar e também deveria saber quais os que se perspetival existir
num horizonte de médio prazo. E como tal sabe muito bem que não será possível
cumprir com tudo o que tem prometido.
No que respeita às atividades
económicas, vejam os anos consecutivos em que deteve este pelouro, como
vereador e quais foram os contributos que deu para a promoção do crescimento e
o desenvolvimento económicos e consequente desenvolvimento social do Concelho
de Braga.
Felizmente que em
Portugal há Municípios que, em diálogo e em concertação com os representantes
do tecido empresarial e dos trabalhadores, se têm desenvolvido com base em
atividades económicas que se destacam ao nível local e se projetam aos níveis
nacional e internacional.
2- Até há 12 anos
atrás (últimos 3 mandatos) a governação do Presidente Mesquita Machado foi
meritória, tendo dotado Braga das infraestruturas básicas necessárias e da
promoção do crescimento de Braga através do fomento da construção habitacional
a preços competitivos.
Sem dúvida alguma que
o Presidente Mesquita Machado foi o principal impulsionador do crescimento e
desenvolvimento de Braga. No entanto, em 2001, já Braga tinha um apreciável
excedente de fogos habitacionais, que veio sempre a crescer até há muito pouco
tempo. Pois o Presidente Mesquita Machado não soube ou não quis dar sinais ao
setor da construção, de que era preciso parar com a edificação de novos imóveis
e apostarem na reabilitação do edificado. E também não quis parar com obras e
arranjos desnecessários e reafectar recursos ao apoio das atividades económicas
de todas as áreas.
Mas a responsabilidade
não é só dele, porque nenhum vereador e nenhum Vice-Presidente do Município,
incluindo Vítor Sousa, teve coragem para demonstrar ao Presidente Mesquita
Machado que era necessário mudar de rumo. Muito pelo contrário até achavam que
o rumo estava certo. Cheguei a ouvir como justificação que eram necessária
muito mais habitações porque vinham 40.000 macaenses para Braga, que assim
superaria os 200.000 habitantes. Mas porque será que todos eles tinham um
especial apreço pelas empresas de construção e as empresas dos outros ramos de
atividade foram sempre “filhas de um Deus menor”? Que “valores” mais altos se
alevantavam?
Por tudo isto, Vítor
Sousa não pode vir agora dizer que vai apoiar as empresas, que vai apostar
nisto e naquilo ou em tudo quando, ao longo de 17 anos, esteve no poder e não
se viu nada.
Também não diz como é
que vai cumprir as promessas. Com que recursos, de que forma e quando?
Pois eu não acredito que
Vítor Sousa, se fosse eleito Presidente do Município, fizesse uma ínfima parte
daquilo que tem anunciado.
Lembram-se de, nas
feiras, haver aqueles personagens a que chamavam “vendedores de banha da
cobra”?
3- Passamos à 3ª razão
que se prende com uma declaração de Vítor Sousa, na entrevista dada ao seu
principal jornal de campanha:
“P - Caso não seja eleito presidente,
vai aceitar um pelouro, se lhe for proposto?
R - Nesta abordagem temos de
ser sérios. Estou nesta candidatura não numa lógica de projecto pessoal, mas
numa lógica de cidade e de colocar o meu capital ao serviço de Braga em função
do trabalho que fiz até hoje. Eu sou candidato para ser presidente de câmara.
Se os bracararenses não me depositarem essa confiança, não tenho condições para
ser vereador.”
Pois “bem prega Frei Tomás” quando se vem
criticar Ricardo Rio nunca ter aceitado qualquer pelouro. Isto é demagogia no
seu grau mais elevado. Ora todos sabem que até os vereadores do PS não tinham
competências decisórias algumas, não mandavam nada e ao Ricardo Rio, se
aceitasse pelouro, ser-lhe-iam dadas competências para tomar decisões.
E
agora, Vítor Sousa vem dizer que só quer ser Presidente e se perder não será
vereador. Há quem chame a isto “sede de poder” o que não augura nada de bom.
Parte 2 - Talvez ainda hoje.
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