As primárias que estão em curso, no Partido Socialista de Braga, para as próximas eleições autárquicas estão a aquecer. E estando ainda distantes da realização dessas eleições parece-me que as coisas vão aquecer até ao rubro. Porque, finalmente, há vozes que pertenciam a um único coro, que estão a desafinar e a transferir-se para um outro grupo coral.
Ora isto era, por demais, previsível de ocorrer, quando o Sr. Engenheiro Mesquita Machado se retirasse, deixando a equipa sem treinador. Aliás, há uns anos para cá, ocorreu no PS de Braga um processo de enquistamento do partido, liderado pelo atual Vice-Presidente, criando um quisto no aparelho composto pelos respetivos boys, obedientes por necessidade e também por conveniência.
Efetivamente, este Sr. Vice-Presidente da Câmara e Coordenador da Secção de Braga do PS, de forma cirúrgica e disfarçada, veio liderando um processo de afastamento de muitos militantes dos órgãos do partido, compondo as listas para esses órgãos com os militantes que lhe convinham. Foi o que ocorreu nas anteriores eleições para a Comissão Política e na composição da última lista para a Assembleia Municipal.
Entretanto, os outros militantes, estavam limitados a participar em 2 ou 3 Assembleias da Secção, realizadas em cada ano, só para justificar que tinham assim oportunidade de intervir no Partido.
Quando aderi ao Partido Socialista, há cerca de 20 anos atrás, fi-lo porque ideologicamente era o que mais se aproximava das minhas ideias. Fi-lo também porque o Partido Socialista de então, pelo menos na Secção de Braga, estava organizado em Comissões de Trabalho e Estudo, onde se discutia política e ideias de forma aberta, estando o PS no Governo ou na oposição a nível nacional. Com o passar dos anos, tudo isto se foi esbatendo acompanhando o processo global de relegação das ideias políticas para segundo plano, em detrimento dos jogos de interesses no campo económico e dos negócios.
Por isto se foi instalando em mim uma profunda desilusão com a política e com os seus agentes mais diretos, que ocupavam os cargos de poder.
Até que há cerca de 2 anos atrás ao ser confrontado, não pessoalmente mas pelo telefone, com determinadas afirmações e com uma postura arrogante do “Chefe” da Secção de Braga do PS, decidi por fim à minha ligação ao Partido Socialista.
O que fiz foi escrever uma carta de duas páginas, dirigida ao Sr. José Sócrates, na qual exprimi a minha opinião sobre o que se estava a passar na Secção de Braga e as razões do meu abandono. A esta carta anexei o cartão de militante. Como única resposta que obtive, foi uma singela notificação de que a minha desfiliação do PS estava consumada.
Chegados a este ponto, se eu ainda fosse militante do Partido Socialista e tivesse oportunidade de contribuir para a escolha do próximo Presidente da Comissão Política da Secção de Braga, não apoiaria o Sr. Vítor Sousa. Por muitas e variadas razões, nenhuma de cariz pessoal porque eu não misturo nem confundo os contextos.
Se eu ainda fosse militante do Partido Socialista, não apoiaria o Vítor Sousa porque ele está completamente amarrado a interesses em que não prevalece o interesse público e coletivo. Porque ele não é capaz de colocar a competência e a capacidade acima dos favores que terá que fazer para compensar quem o vai apoiar. Porque ele não tem uma única ideia (pelo menos ainda não se expressou) sobre o que deverá ser o futuro de Braga e sobre uma governação que privilegie a qualidade de vida das pessoas em detrimento de mais do mesmo a que estamos habituados – obras, construção e betão. Porque ele não tem capacidade para constituir e liderar uma equipa de pessoas competentes, que pensem pela própria cabeça e que tenham ideias a consubstanciar em projetos de intervenção que beneficiem a população em geral e não este ou aquele em particular. Porque ele não teve ainda a coragem de se assumir, caso ganhe as “primárias” no PS, como candidato nas próximas autárquicas. Porque ele quer controlar tudo e estar em todo o lado e isso é de todo impossível, até para a pessoa mais competente do mundo. Porque ele não sabe distinguir o patamar político-partidário do patamar do bem coletivo e da governação que prossiga o interesse público.
Sr. Paulo Sousa, " Porque, finalmente, há vozes que pertenciam a um único coro", na realidade sempre ouve vozes discordantes, o problema é que nunca houve democracia interna dentro da nossa secção, os militantes tinham medo de falar, e os que falavam, eram vitimas de ameaças e opressão! Felicito a sua intrevenção neste blog, a verdade tem de ser dita, e o Sr. (que agora se diz Dr.) Vitor Sousa era a pior coisa que podiamos ter dentro do PS e pior ainda na Camara Municipal, vamos esperar que os militantes do PS não se iludam com peças de teatro montadas por interesses que não são os valores Socialistas.
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